Fui ver o show de Jorge Ben Jor na praia de Tambaú neste sábado. A oportunidade de presenciar uma apresentação de bons músicos é também uma oportunidade de realizar exames atentos das passagens de sua arte que vão além do evento, tanto em sua amplitude sócio-cultural, quanto nas sutilezas estéticas.
No campo da cultura, além de ser mencionado sempre como um moderno inovador da fusão dos ritmos rock, pop, samba, reagge e o que mais for dançante, a música de Ben Jor é muito bem recepcionada por onde passa. No show, lamentavelmente ele não pode tocar a guitarra (problemas técnicos), mas para o público isso pareceu não fazer grande diferença, já que os embalos sucessivos de suas principais composições fazem com que ninguém precise ficar esperando por "aquela música de sucesso" no meio das "desconhecidas do CD novo".
Em relação as músicas, há algo em suas letras que obedece uma lógica um tanto curiosa: se prestarmos atenção em seus versos, eles nos levam ao riso e diretamente ao ritmo, à dança. Mas também se não prestarmos atenção, o ritmo e a dança nos convida a aderir refrães inteiros que achamos engraçados mesmo sem saber bem do que se trata. Exemplo? Spyro Gyro. Veja: "Spiro Giro é Spyro Gyro. É um bichinho bonito e verdinho que dá na água". A simplicidade do tema tratada em frase tão corriqueira funciona tão bem como refrão humorado quanto saber que existe uma banda de jazz chamada Spyro Gyra, que combina vários elementos musicais, semelhante a proposta do próprio Jorge Ben. Aliás, misturar uma banda com um "planquitun" em uma letra já é uma combinação no mínimo singular.
Qualquer semelhança é mera coisa de Ben Jor
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